Análise da vegetação utilizada para um telhado verde na cidade do Recife

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Felipe Tavares de Lima

Resumo

A urbanização ocorrida no Brasil após a década de 60 foi um processo que sucedeu de forma rápida e não planejada, na qual os efeitos provocados, como impermeabilização das áreas naturais de drenagem da chuva devido a construção de ruas, calçadas e edificações, geraram impactos ambientais presentes até os dias atuais, como os alagamentos (TUCCI, 2003). Uma possível alternativa para minimizar tais impactos, e consequentemente contribuir positivamente para o meio ambiente é o telhado verde (RANGEL et al. 2015), substituindo os telhados convencionais, funcionando como uma esponja. No estado de Pernambuco, os telhados verdes ganharam projeção visual e se tornaram mais importantes socialmente por meio da lei municipal nº 18.112 (RECIFE, 2015), que dispõe sobre a melhoria da qualidade ambiental das edificações. Diante disso, utilizou-se o software Hydrus-1D (SIMUNEK, 2013) para gerar simulações num período de 30 dias com as vegetações do pasto, grama e salsão, a fim de se descobrir qual a vegetação mais adequada concernente a retenção hídrica para o plantio num telhado verde extensivo na cidade do Recife, composto por uma camada de solo com profundidade de 15 cm, onde 85% de sua composição é areia, 10% argila e 5% silte. O modelo hidráulico usado foi o proposto por Van Genuchten (1980), no qual as condições de fronteira do fluxo de água no solo usadas no limite superior e inferior, foram, respectivamente, condições atmosféricas com escoamento e drenagem livre, e os parâmetros hidráulicos foram obtidos através da função de pedotransferência (FPT) proposta por Barros et al. (2013). O modelo de Feddes foi escolhido para calcular a extração de água pela raiz, e as variáveis atmosféricas usadas na simulação foram referentes ao mês de Junho, sendo elas: precipitação, quantidade de horas diárias do sol, umidade relativa, velocidade do vento e as temperaturas máximas e mínimas, todas obtidas da estação meteorológica do Curado, através do banco de dados disponibilizado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Os resultados mostraram que para precipitações de até 19 mm, as vegetações simuladas não apresentaram escoamento, enquanto para chuvas mais fortes, variando entre 53,6 mm a 147,2 mm, a taxa média de escoamento foi de aproximadamente 41% do volume precipitado. Em relação ao acúmulo de absorção de água pela raiz, as vegetações variaram de 17,84 mm a 19,7 mm, portanto não apresentaram diferenças significativas, comportando-se de forma semelhante em relação ao escoamento, absorção de água pela raiz e evapotranspiração.

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Seção
Engenharia Civil