Uso e eficiência de dessalinizadores para o abastecimento de água de população difusa do semiárido de Pernambuco
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Resumo
A busca contínua por fontes de água para o abastecimento das populações que residem em regiões áridas ou semiáridas conduz a soluções das mais variadas, e, em alguns casos a submissão dessas comunidades ao uso de águas com qualidade muito inferior à recomendada para o consumo humano. A instalação de sistemas de dessalinização para potabilizar a água salobra de poços, é uma das medidas empregadas para atender as comunidades localizadas em áreas de escassez hídrica com água de boa qualidade. Em Pernambuco, a região semiárida ocupa uma área de 86.341 Km², correspondendo a 123 municípios e uma população de 3.993.975 habitantes (SUDENE, 2018). Quando trata-se de localidades difusas de pequeno porte, no cenário de semiárido, Pernambuco (2018) estima que essa população seja de, aproximadamente, dois milhões de pessoas. Projetos com dessalinizadores fazem parte de um conjunto de medidas do Governo do Estado que tem como finalidade levar ações de saneamento básico para as áreas rurais do interior do estado, alcançando populações difusas na região semiárida de Pernambuco. Diante desse cenário esta pesquisa tem por objetivo avaliar a eficiência da utilização de sistemas de dessalinização de água salobra para o abastecimento de comunidades localizadas em municípios do semiárido pernambucano. Para tal, foi realizado o diagnóstico do uso de dessalinizadores nas comunidades, através das fichas de manutenção dos sistemas; a caracterização dos sistemas em operação, e avaliação da eficiência de dessalinização dos sistemas em funcionamento. Verificou-se que até o ano de 2019, Pernambuco possuía 285 sistemas de dessalinização, dos quais 165 sistemas estão em funcionamento, e outros 120 sistemas sem funcionar. Entre as principais causas de não funcionamento dos sistemas de dessalinização estão a falta de energia ou de instalação elétrica para equipamento nas localidades, seguido de problemas com as bombas elétricas que permitem o funcionamento do sistema, da baixa capacidade dos poços e, das paralisações causadas por péssimas condições do equipamento instalado, necessitando de reforma. Quase 28 mil casas, em todo o estado, são beneficiadas com os dessalinizadores e cerca de outras 12,6 mil podem ser, com o funcionamento dos equipamentos que estão parados. A média da eficiência de dessalinização dos sistemas em funcionamento é de 94,15%, contudo, em muitas localidades, a água concentrada, que também é produto da dessalinização, ainda é descartada inadequadamente, de forma que apenas 27% das comunidades afirmam possuir tanque de destinação adequado para esse produto. Percebe-se, até o momento, que os sistemas de dessalinização tem grande importância na oferta de água de qualidade a comunidades dispersas do semiárido pernambucano, mas que podem ser dinamizados e melhorados a fim de garantir que o alto investimento que é feito na implantação desses equipamentos apresente desempenho satisfatório no abastecimento das comunidades que beneficiam.
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Edição
Seção
Engenharia Civil