Gerenciamento de Resíduos Sólidos na Escola Politécnica de Pernambuco como prática de Educação para a Sustentabilidade

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Maria Conceição da Costa Silva
Emilia Rahnemay Kohlman Rabbani
Bárbara Virgínia Pereira Cavalcanti
Sérgio Peres Ramos da Silva
Emilayne Victória Oliveira Rocha

Resumo

A inserção das práticas de Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) nas escolas de engenharia é fundamental para o atendimento às novas demandas do setor econômico. Sua abordagem por intermédio do desenvolvimento de ações de pesquisa e extensão, pode instruir a aplicação prática dos valores da sustentabilidade em projetos de engenharia e na atuação futura dos engenheiros. Segundo Rampasso et al. (2018), a sociedade atual exige profissionais atentos aos impactos de suas atividades ao meio ambiente, que contribuam para a melhoria das condições sociais e orientem suas habilidades para o alcance de uma forma mais equilibrada de desenvolvimento. Hoje, um dos grandes desafios diz respeito ao equacionamento das questões decorrentes dos resíduos sólidos e, em geral, as Instituições de Ensino Superior (IES) são grandes consumidoras de produtos, gerando resíduos em larga escala e diversidade. Nesse contexto, a partir de 2014 a Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (POLI/UPE) iniciou o planejamento para a implementação do seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PRGS/POLI), através da execução de projetos de pesquisa e extensão sucessivos e complementares, orientados no âmbito do grupo de ensino, pesquisa e extensão, Desenvolvimento Seguro e Sustentável (DESS). Nesse contexto, essa pesquisa objetivou explorar as práticas de educação para a sustentabilidade desenvolvidas na POLI/UPE, partindo da análise do progresso da formulação e implementação do seu PGRS, trazendo à luz a abordagem experimentada na instituição, esperando contribuir com o desafio da implementação das práticas de EDS em instituições de ensino de engenharia. Caracterizou-se como de natureza exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa e coleta de dados realizada a partir de multmétodos, tendo utilizado pesquisa bibliográfica, documental e interação em grupo focal. Os dados coletados foram explorados por intermédio da aplicação de técnicas de análise de conteúdo (BARDIN, 2016), associadas ao uso do software ATLAS.ti9, metodologia escolhida por ser replicável e permitir a análise sistemática e inferencial de conteúdos manifestos em comunicações (Melo et al., 2016). Foram analisados os resultados obtidos por 8 projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos na POLI/UPE entre os anos de 2015 e 2019, cujos objetivos relacionavam-se com a  formulação e implementação o plano de resíduos. Os projetos totalizam 5.220 horas de atividades de pesquisa e extensão, envolvendo diretamente 53 alunos e 18 professores da instituição, além de especialistas externos. Por sua vez, o grupo focal contou com 15 participantes, reunindo alunos bolsistas e voluntários,  professores e técnicos da POLI/UPE, professores e especialistas de outras IES e do Órgão Estatual de Meio Ambiente, em discussões consensuais quanto ao papel fundamental das IES na promoção do desenvolvimento sustentável. As análises evidenciaram que o PGRS/POLI atingiu o conteúdo mínimo legal estabelecido na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12.305/2010, apresentando forte viés participativo e de educação ambiental, tendo a coleta seletiva como o principal instrumento impulsionador do engajamento da comunidade acadêmica (BRASIL,2010). A abordagem adotada na instituição foi validada pelos resultados dos projetos e pela discussão no grupo focal. Ressalta-se, que a pesquisa se desenvolveu no contexto da POLI/UPE, o que limita o estabelecimento da abordagem como modelo a ser instituído indistintamente nos diversos campus, tendo em vista a complexidade das instituições; e as características socioeconômicas e culturais a que estão submetidas.

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Seção
Engenharia Civil