Capacidade calorífica do milho, em sua forma de resíduo agrícola, para a produção de energia: uma breve revisão
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Resumo
O Brasil possui em sua matriz energética o potencial hidrográfico como matéria-prima para a maior parte de sua geração, o que provoca sensível dependência das chuvas e sua sazonalidade (EPE, 2020). Por este motivo, o país tem buscado, em outras fontes, a diversificação de sua capacidade em geração de energia. Neste cenário, destaca-se a biomassa proveniente de resíduos agrícolas, matéria renovável, como uma forma de armazenamento de uma pequena fração da energia solar que incide na superfície da Terra, e é armazenada na forma de ligações moleculares orgânicas que, por sua vez, é transformada e liberada por processos biológicos e termoquímicos. O resíduo agrícola do milho se destaca entre as espécies com potencial de fornecimento do bioetanol, no qual uma tonelada da planta pode produzir aproximadamente 407 litros de etanol, que em comparação com a cana-de-açúcar (aproximadamente 90 litros de etanol por tonelada) é bem maior. Além de fornecimento da biomassa para produção de energia, pela grande área cultivada no Brasil estimada em cerca de 15 milhões de hectares plantados (BERALDO, 2019). Ainda de acordo com BERALDO (2019), considerando a produção nacional de milho na safra 2018/2019, o Brasil estima produzir 99,3 milhões de toneladas de grãos do cereal em 2019. Neste contexto, esta pesquisa destina-se a verificar o potencial energético da biomassa proveniente dos resíduos agrícola do milho (palha, sabugo, planta). Realizou-se um levantamento bibliográfico nas bases de dados eletrônicas Scientific Eletronic Library On-line (SciELO), Google Scholar e Portal de Periódicos da CAPES no período de 2016 a 2020, com o objetivo de identificar estudos nacionais e internacionais que empregaram o milho como matéria-prima para biocombustível. Os termos utilizados em português foram: Biomassa, geração de energia, bioetanol, palha de milho e seus correspondentes em inglês: Biomass, power generation, bioethanol, corn straw. Um total de sete artigos foram selecionados e analisados. Verificou-se que, a partir da caracterização energética da palha do milho, é possível inferir a viabilidade do seu uso para produção de briquetes, pois, enquadra o resíduo dentro da possibilidade de recuperação energética de um material, o qual poderia ser descartado de forma inadequada. A biomassa, nesse caso, deixa de ser resíduo e passa a ser matéria-prima energética, na produção de calor durante sua combustão e contribuir significativamente para o aumento da geração de energia elétrica (Caires, 2010; Rocha, Almeida e Cruz, 2017; Moura et al., 2019). O poder calorífico superior (PCS) do milho é de 18.6 MJ Kg-1, bem próximo aos da Soja (18.4 MJ Kg-1) e Aveia (18.1 MJ Kg-1), no entanto, o de produção de energia do milho é 29% e 1190% superior, respectivamente (Pierri et. al, 2016). Com base nos resultados, conclui-se que dois fatores contribuem para essa afirmação: a grande safra do grão em território nacional; e, o alto PCS dos resíduos (sabugo, folha, colmo e até mesmo a palha do milho). Conclui-se que os resíduos do milho, produzidos em relevante quantidade, podem ser utilizados como fonte de biomassa, pois o milho – em geral – é um alimento dos mais consumidos em todo o planeta, além da sua utilização como matéria-prima para produção de bioetanol.
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Edição
Seção
Engenharia Mecânica/Controle e Automação e Tecnologia da Energia