Análise Multitemporal da Erosão Costeira na Praia de Suape-PE

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Everton Rodrigo de Moura
Kalinny Patrícia Vaz Lafayette

Resumo

Atualmente, 25% das praias do planeta sofrem com erosão costeira em taxas superiores a 0,5 metros por ano. Projeções para o ano de 2050 apontam que, até lá, 15% das praias arenosas do planeta podem enfrentar erosão severa (VOUSDOUKAS et al., 2020). No Brasil, esses processos estão intensificados devido as atividades antrópicas como a urbanização desordenada e o turismo não sustentável (FAÇANHA et al., 2017). A erosão ocorre não só pelo avanço do nível médio dos mares, mas também por uma ocupação e uso inadequado do solo (CABRAL; DA SILVA; GIRAO, 2014). No Estado de Pernambuco, aproximadamente 53% da Linha de Costa apresenta algum nível de erosão (MARTINS et al., 2016) e cerca de 21% desta apresenta altos níveis de vulnerabilidade (MALLMANN; ARAÚJO, 2010). Na praia de Suape, localizada no Cabo de Santo Agostinho–PE, foi possível observar uma erosão do tipo crônica (HOLANDA et al., 2020). Acredita-se que o aumento da degradação ambiental, a construção do Porto de Suape e a especulação imobiliária sejam as principais causas do agravamento desse processo (NASCIMENTO; COELHO FILHO; DE CASTRO, 2016). Assim, é imprescindível monitorar o avanço da erosão e avaliar possíveis impactos causados por essa dinâmica costeira (MARANHÃO et al., 2012). Desta maneira, a pesquisa analisou a evolução do processo de erosão costeira e sua relação com o uso e ocupação do solo na praia de Suape–PE. Foram utilizadas ortofotocartas dos anos de 1974 e 1988, fotografias aéreas de 1997 e imagens do Google Earth Pro dos anos de 2010 e 2020. Todas essas imagens passaram por um processo de vetorização, gerando assim mapas temáticos da região. Em cada mapa foram destacadas 5 (cinco) feições de uso e ocupação do solo. As feições (tipos de cobertura do solo) foram: Área urbanizada, área de vegetação natural, área de solo exposto, área de praia emersa e área de corpos hídricos. Os resultados mostraram que nos 46 anos identificados pela série histórica, a urbanização da área expandiu de 0,30 hectares para 9,92 hectares, uma elevação percentual de 3206,67%, demonstrando que a região não experimentou planejamento e ordenamento territorial. Em relação à feição Vegetação Natural, praticamente em todos os anos pesquisados, houve redução em relação ao ano anterior. A vegetação perdeu 26,52% do seu espaço, principalmente para urbanização e solo exposto. Em relação à feição Praia Emersa, nos anos entre 1997 e 2010, ocorreu uma redução de 28,94%. Entre os anos de 2010 e 2020, a área voltou a crescer (20,56%). Durante toda a série histórica (1974 a 2020), o ganho de área foi de 118,84%. Sendo assim, verificou-se a existência de uma rápida e contínua degradação ambiental na região.
Palavras-chave: Erosão costeira; Degradação ambiental; Análise multitemporal.
 Referências
VOUSDOUKAS, M. I.; RANASINGHE, R.; MENTASCHI, L.; PLOMARITIS, T. A.; ATHANASIOU, P.; LUIJENDIJK, A.; FEYEN, L.Sandy coastlinesunderthreatoferosion.NatureClimateChange, v. 10, p.260-263, 2020.
FAÇANHA, M. C.; DI CIERO, C. D.; SOUZA, L. A.; MARINO, T. R. D. Erosão costeira da praia do Icaraí (Caucaia/CE). In: Os Desafios da Geografia Física na Fronteira do Conhecimento. [s.l.], p. 2946–2952. 2017. DOI: 10241052473335022466. Disponível em: http://ocs.ige.unicamp.br/ojs/sbgfa/article/view/2165.
 CABRAL, C.; DA SILVA, W.; GIRAO, O. Impactos ambientais derivados do uso e ocupação da linha de costa em trechos das praias de Pau Amarelo e Maria Farinha – município de Paulista/PE: Estudo preliminar. Revista da Casa da Geografia de Sobral, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 2, 2014.
MARTINS, K. A.; PEREIRA, P. S.; LINO, A. P.; GONÇALVES, R. M. Determinação da erosão costeira no estado de pernambuco através de geoindicadores. Revista Brasileira de Geomorfologia, [S. l.], v.17, n. 3, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.20502/www.ugb.org.br rbg.v17i3.854.
MALLMANN, D. L. B.; ARAÚJO, T. C. M. Vulnerabilidade física do litoral sul de Pernambuco à erosão. Tropical Oceanography, [S. l.], v. 38, n. 2, 2010. DOI: 10.5914/tropocean.v38i2.5167. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/ TROPICALOCEANOGRAPHY/article/view/5167.
HOLANDA, T. F.; ALEXANDRE, F. S.; MESQUITA, A. N. S; SANTOS, T. N.; HOLANDA, T. H.Considerações sobre erosão costeira no Brasil : O caso da Ilha de Itamaracá e da praia de Suape ( Pernambuco ). Meio Ambiente ( Brasil ), [S. l.], v. 056, p. 49–56, 2020.
NASCIMENTO, M. J. S.; COELHO FILHO, P. A.; DE CASTRO, N. A. AspectosSocioeconômicos Da PescaArtesanalEmSuape, Cabo De Santo Agostinho, Pernambuco (Brasil). RevistaBrasileira de Engenharia de Pesca, v. 9, n. 1, p. 65-76, 2016.
MARANHÃO, V. C.; SILVA, G. P.; PACHÊCO, A. P.; GONÇALVES, R. M. Sensoriamento Remoto Multitemporal No Estudo Da Dinâmica Costeira De Itamaracá/PE. IV Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da Geoinformação, [S. l.], p. 1–8, 2012.
 

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Seção
Engenharia Civil