Radiocirurgia estereotáxica em tumores na coluna vertebral: uma abordagem da biofísica clínica

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Estefane Ribeiro Melo
Rita Cassia-Moura

Resumo

Introdução: Tumores na coluna vertebral usualmente são metastáticos e resultam em intensa dor, podendo acarretar sequelas funcionais e neurológicas. A radiocirurgia estereotáxica é uma técnica terapêutica que dirige altas doses de radiação ionizante com precisão submilimétrica através de um sistema tridimensional de coordenadas espaciais, visando atingir um volume alvo. Tal procedimento é utilizado no tratamento de tumores benignos e malignos, primários e secundários. Objetivo: Analisar a eficácia da radiocirurgia estereotáxica para o tratamento de pacientes diagnosticados com tumores na coluna vertebral. Metodologia: Foi realizada uma revisão da literatura, a partir da busca qualitativa na base eletrônica de dados PubMed com os descritores treatment, radiosurgery, spinal, tumors, stereotactic e pain. Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: artigos científicos do tipo ensaios clínicos, com dados de seres humanos, escritos em inglês ou português, publicados entre 2015 e 2020. Atenderam aos critérios de inclusão 15 artigos científicos. Resultados: O planejamento radiocirúrgico requer um preciso registro de imagem da lesão no paciente, com exato contorno do alvo a ser tratado e dos órgãos adjacentes que estejam em risco pela irradiação (DE SALLES et al., 2013). Para tumores na coluna vertebral, pode ser aplicada uma dose de 12-30 Gy hipofracionada em 1-5 sessões (MEOLA et al., 2020; LIU et al., 2020). Com essa técnica, as taxas de reincidência do tumor são menores que 15%, reduz-se a irradiação em órgãos adjacentes, com taxas de controle local do tumor acima de 80% e regressão dos sintomas em 87% dos pacientes (BRAAM et al., 2016; GUCKENBERGER et al., 2018; BERNSTEIN et al., 2016). Devido a maior dose que pode ser aplicada com a radiocirurgia, melhores resultados são obtidos com tumores mais radiorresistentes, tais como carcinoma renal ou melanoma (BRAAM et al., 2016). A radiocirurgia é limitada a pequenas lesões de, no máximo, 5 centímetros de diâmetro (JUSTINO et al., 2004). O procedimento dura poucos minutos e no mesmo dia o paciente pode retornar às atividades de rotina, com os devidos cuidados. O acompanhamento posterior à terapia é feito por meio de consultas ambulatoriais periódicas e exames de imagem (JUSTINO et al., 2004). A radiocirurgia estereotáxica pode ser realizada como opção terapêutica ou como adjuvante à cirurgia, incluindo, mas não se limitando a pacientes com comorbidades graves, tumores de alto grau, tumores residuais ou recorrentes e tumores em locais de difícil acesso cirúrgico. Conclusão: A radiocirurgia estereotáxica viabilizou excelente precisão no tratamento de tumores na coluna vertebral e se mostrou eficaz no controle da taxa de crescimento tumoral, na redução das dores, com consequente melhora na qualidade de vida dos pacientes.
Palavras-chave: Estereotaxia; Radiação Ionizante; Radiocirurgia; Radioproteção.
Referências
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JUSTINO, P. B.; VILLAR, R. C.; CARVALHO, H. A. NADALIN, W.; WELTMAN, E. Radiocirurgia e radioterapia estereotáxica: princípios e aplicações. Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery, v. 23, n. 04, p. 163-170, 2004.
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Seção
Engenharia da Computação e Sistemas