Colaborações entre Indústria e Academia no Desenvolvimento Ágil de Software: Análise da Literatura e Desenvolvimento Ontológico
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
Um dos fatores de inserção de novas tecnologias dentro da indústria são as pesquisas-desenvolvimento (P&D) desenvolvidas pelas colaborações entre a indústria e a academia (do inglês, Industry-Academia Collaboration - IAC) dentro de organizações de desenvolvimento de software. Essas práticas colaborativas entre esses ambientes potencializam as trocas de conhecimentos e experiências favorecendo ambas as comunidades envolvidas. Um dos principais processos aplicados dentro do desenvolvimento de software são as metodologias ágeis que apresentam práticas de baixo esforço e redução nas taxas de falhas no desenvolvimento de software (BARNES et al. 2002; JARVINEN et al. 2014). No entanto, a aplicação de projetos colaborativos entre a indústria e academia ainda são considerados baixos, resultando em uma lacuna acerca dos processos de desenvolvimento desse tipo de projeto. Dessa forma, com os números de colaborações entre a indústria-academia em expansão, principalmente visando aspectos de Engenharia de Software e Desenvolvimento Ágil de Software, é importante sintetizar o que está sendo desenvolvido e aplicado na literatura, descrevendo o estado da arte no domínio de pesquisa (KITCHENHAM et Al., 2007; GAROUSI et al., 2016). O artigo tem como fundamento a exposição de resultados da condução de uma RSL, em conjunto com um snowballing, e a construção de uma ontologia sobre o domínio. Tendo como pergunta de pesquisa “identificar e formalizar os conhecimentos em projetos de colaboração indústria-academia, descrevendo a partir de uma ontologia leve as relações entre os desafios e boas práticas relacionadas a execução de projetos colaborativos”. A primeira parte da pesquisa foi a execução da RSL, tendo como pergunta da pesquisa ““Como estão ocorrendo os procedimentos de colaboração entre a indústria e a academia no contexto de Desenvolvimento Ágil de Software? ”. Com as seguintes perguntas de pesquisa: RQ1) Quais os desafios e impedimentos estão ocorrendo nessas colaborações?; RQ2) Quais as práticas foram propostas nessas colaborações?; E RQ3) Que tipo de Modelos de IAC estão sendo propostos? A Construção da String de busca foi realizada através da junção do artigo de Garousi (2016), sobre IAC e de Dingsoyr (2012) sobre agilidade de software. Foram realizadas buscas em bases eletrônicas, como: Springer, IEEE, Scopus, Science Direct e ACM. Consequentemente foi realizado um snowballing partindo dos resultados encontrados na RSL, desenvolvido utilizando o Google Scholar. O processo de codificação e análise dos dados, foram descritas 10 categorias para a RQ1 (como por exemplo, Incompatibilidade entre a indústria e academia – C01, Falta de Treinamento e Experiência – C03, Falta de Interesse e Baixo Comprometimento – C04), 14 categorias para a RQ2 (como por exemplo, Garantir o Engajamento e Gerenciamento dos Projetos – C02, Considerar as necessidades, desafios e metas – C03, Agilidade de Software – C06) e 7 modelos de colaboração entre a indústria e academia (como por exemplo, Technology Transfer Model, Cooperative Method Development – CMD, Dialogical Action Research - DAR). A segunda parte da pesquisa é o desenvolvimento de uma ontologia de domínio e leve, que descreve e apresenta o domínio das Colaborações entre Indústria e Academia, em Desenvolvimento Ágil de Software. Para o desenvolvimento da ontologia foi utilizada o método METHONTOLOGY, que apresentam cinco atividades para a construção de uma ontologia (FERNANDEZ et al., 1997). Diante disso, o objetivo dessa ontologia é inferir um conjunto de boas práticas para mitigação de riscos de projetos, a partir dos desafios descritos pelos participantes de projetos colaborativos (IAC), onde a Questão de Competência (QC) é se “É possível inferir as boas práticas a partir dos desafios apresentados pelos pesquisadores/profissionais?”. A primeira e segunda atividade executadas é a aquisição de conhecimento, formalizada pela RSL e do Snowballing realizado, e a conceitualização em modelos conceituais que descrevem o domínio projetado. Para a Formalização e Implementação da ontologia foi utilizada a ferramenta Protégé e com linguagem OWL. A Verificação é a análise se a ontologia é construída de forma correta e logicamente correta, sendo realizada no próprio Protégé, onde não foram apresentadas inconsistências no desenvolvimento. Já a Validação Ontológico, foram adotados três estudos de caso, descritos por Guillot (2017). A partir das execuções desses estudos de casos, foram descritas boas práticas a partir dos desafios detalhados pelos estudos de caso, como por exemplo, no Caso2 foram relatados 6 desafios na execução de projetos colaborativos e sendo inferidas 12 boas práticas para mitigação desses riscos de projeto. Deste modo, acredita-se que o objetivo geral da pesquisa foi atendido e foram gerados novos objetos para estudo, obtendo artigos aprovados (Marques et al., 2022a e Marques et al., 2022b) e uma ontologia de domínio leve), como também novas hipóteses para trabalhos futuros. A partir desse trabalho, foram descritas evidencias, estratégias e ferramentas que possibilitam a execução de mais projetos colaborativos e que se potencialize as relações entre a indústria e a academia.
Downloads
Não há dados estatísticos.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Seção
Engenharia da Computação e Sistemas