Identificação das patologias presentes nas fachadas de uma edificação pernambucana
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Resumo
A Cidade do Recife foi fundada no ano de 1537, como uma vila de comerciantes e antes de ser ocupada, possuía uma grande importância nacional e internacional por ser o porto mais movimentado da América portuguesa por volta do século XVII (Ancoradouro, 2020). Assim, o estudo girou em torno da edificação histórica, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Recife, localizada no Bairro de Santo Antônio no Recife, devido sua importância histórica e social da edificação e pelo visível estado de degradação do monumento. O município do Recife enfrenta problemas relacionados às precipitações, principalmente no período de abril a julho, que se caracteriza como de maior pluviosidade (WANDERLEY et al., 2018). Por isso, fez-se necessário uma elaboração de um estudo por meio de inspeções presenciais e foi realizado registros fotográficos das manifestações patológicas encontradas, contribuindo para identificar os problemas e para posterior ações de manutenção e valorização da edificação. A fachada oeste, correspondente à lateral esquerda da edificação, apresentou manifestações patológicas significativas, sendo as mais expressivas as manchas de umidade, ocasionadas pela ação das chuvas e dos ventos. Também foram identificadas marcas de vandalismo nessa fachada, especialmente nas regiões inferiores, onde a facilidade de acesso favorece a ocorrência desse tipo de intervenção danosa. Outra manifestação patológica observada foi a corrosão das grades das janelas, resultando na perda progressiva de material. Essa deterioração está diretamente associada à localização da edificação, próxima ao mar, e ao clima tropical quente e úmido característico da cidade do Recife. A presença constante da maresia favorece processos de oxidação nas estruturas metálicas do conjunto arquitetônico, sobretudo nas esquadrias de ferro, comprometendo a integridade e a durabilidade dos elementos afetados. Já na fachada frontal, correspondente à fachada principal da igreja, foram identificadas marcas de vandalismo, uma manifestação patológica recorrente em edificações localizadas nas regiões centrais urbanas. Além disso, observaram-se manchas de umidade, patologia frequente em fachadas expostas à elevada incidência de chuvas e à ação dos ventos, conforme apontado por Mazer et al. (2016). Na torre sineira, verificou-se a presença de sujidades sobre as cantarias, atribuída à própria configuração arquitetônica da estrutura. Por estar situada no topo da edificação, essa área apresenta dificuldades de acesso, o que dificulta a realização de limpezas e manutenções periódicas. Também foi constatado o desgaste do material original na fachada, manifestado por quebras e deteriorações, resultado tanto da longa vida útil da edificação, em funcionamento contínuo há quase 300 anos, quanto da ausência de um plano de manutenção preventiva, intervenções indevidas e da grande lacuna entre as intervenções de restauro. Por fim, destaca-se que a fachada frontal (norte) sofre maior impacto dos agentes climáticos, especialmente por sua orientação perpendicular e proximidade com o mar. Tal exposição intensifica os danos estruturais em comparação às demais fachadas do edifício. Vale ressaltar que as demais fachadas são inacessíveis e possuem abertura para o meio externo junto a outras edificações, impossibilitando de realizar o estudo de modo a completar todas as quatro fachadas. Sendo assim, a manutenção preventiva nas edificações tombadas previne e conserva por tempo mais prologado a edificação. Porém, o monumento do estudo foi restaurado há mais de 17 anos e desde então não houve restaurações, somente pinturas superficiais nas paredes e manutenções emergenciais. Assim, a igreja demonstrou a necessidade de maiores cuidados e conservação, para que a estrutura continue mantendo sua finalidade social, artística e cultural na sociedade.
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Seção
Engenharia Civil