Avaliação da educação para a sustentabilidade na Escola Politécnica de Pernambuco: comparação com os melhores cursos de Engenharia Civil do Nordeste
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Resumo
A crescente preocupação com o impacto ambiental negativo que muitas atividades antrópicas vêm causando ao longo do tempo demanda cada vez mais a adoção de práticas sustentáveis, e, portanto, profissionais aptos a colaborar com o Desenvolvimento Sustentável (DS). Desse modo, é necessário que as Instituições de Ensino Superior (IES) contemplem em suas matrizes curriculares disciplinas relacionadas ao DS e a conceitos e aplicações de sustentabilidade para preparar os futuros profissionais para os desafios da vida profissional. Nesse sentido, foi realizada uma pesquisa com o objetivo de identificar e analisar a presença de disciplinas que versam sobre os aspectos da sustentabilidade na matriz curricular do curso de Engenharia Civil (EC) da Escola Politécnica de Pernambuco (POLI) e comparar a realidade da POLI com os melhores cursos de graduação em EC da região Nordeste. Para tanto, foram considerados os cursos com conceito 4 ou 5 no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE). Inicialmente, conduziu-se uma pesquisa bibliográfica buscando o aprofundamento dos aspectos relacionados com a importância do ensino da sustentabilidade no âmbito dos cursos de engenharia, a nível nacional e internacional. Em seguida, uma análise documental através das ementas permitiu a obtenção e o detalhamento das informações a respeito dos 17 cursos que fizeram parte desse estudo. Os resultados mostram que 29,4% dos 17 cursos analisados – de 15 diferentes IES – não apresentam disciplinas relacionadas com o ensino de conceitos e aplicações de sustentabilidade. Os cursos contendo disciplinas voltadas ao estudo da sustentabilidade totalizaram 11 ementas. Em adição, notou-se que na maioria das disciplinas os conceitos de sustentabilidade são apresentados em paralelo com outros assuntos, tais como: indicadores de qualidade na construção, sistema de gestão ambiental, ecossistemas, educação ambiental, materiais de construção e ciclos de projetos. Quanto às ementas da POLI, observou-se que apenas duas disciplinas obrigatórias (Sociologia e Introdução à Engenharia) tratam de assuntos relacionados ao DS, conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social do engenheiro. Também foi encontrada a disciplina eletiva de Tópicos Especiais em Engenharia B: Sustentabilidade Aplicada às Construções cuja ementa trata de modelo de desenvolvimento atual, normas nacionais e internacionais relacionadas a sustentabilidade nas construções e aplicação da sustentabilidade social na construção, entre outros. A partir dos resultados encontrados na POLI e nas outras 15 IES estudadas, percebeu-se a escassez de disciplinas focadas no ensino da sustentabilidade. É importante que haja disciplinas que introduzam os conceitos sustentáveis e ações que visem o DS, tais como: construção verde, planejamento sustentável, economia de energia e redução de resíduos sólidos. À luz disso, sugere-se a inclusão de disciplinas, não só eletivas, mas também obrigatórias, que destaquem a importância do tema para os futuros profissionais. Ressalta-se ainda que as matrizes curriculares não devem tratar do tema em uma única disciplina, isoladamente. Para resultados significantes de aprendizagem, sugere-se que esses temas sejam incorporados em várias disciplinas da graduação, de modo a mostrar ao estudante como integrar conceitos e práticas sustentáveis no seu dia-a-dia, em qualquer que seja sua área de atuação.Palavras-chave: Avaliação do Ensino Superior; Sustentabilidade; Matriz Curricular; Engenharia Civil.
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Engenharia Civil